Prefeito de Cametá gasta mais de R$ 2 milhões no Carnaval e é alvo de investigação do Ministério Público

A Prefeitura de Cametá, no nordeste paraense, gastou mais de R$ 2 milhões nos eventos do Carnaval na cidade, em meio à instauração de uma investigação pelo Ministério Público do Estado do Pará e denúncias de moradores que reclamam do abandono a que o município ficou relegado na gestão do atual prefeito.
Dados publicados no Diário Oficial do município apontam que o prefeito gastou cerca de R$ 670 mil com a contratação de artistas regionais, enquanto R$ 1.223.025,00 foram alocados para a contratação de uma empresa especializada na confecção de material de comunicação visual. O Carnaval de Cametá, com duração de 6 dias, contou com a participação de artistas nacionais, totalizando mais de R$ 1 milhão em cachês. De acordo com as informações publicadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), foram pagos ainda R$ 50 mil na contratação de uma empresa especializada para a realização do serviço de ornamentação e decoração carnavalesca nas ruas de Cametá.
A Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Desporto (SECULTD) informou que a Prefeitura de Cametá contou com o apoio de empresas que patrocinaram a contratação de bandas nacionais, alegando a concessão de R$ 1.850.000,00 como medida para reduzir os gastos públicos. No entanto, em janeiro deste ano, o Ministério Público abriu um procedimento administrativo para apurar os gastos no evento, chamado pela prefeitura de “o maior carnaval da Amazônia”.
A decisão foi tomada considerando informações de que a Prefeitura de Cametá enfrenta dificuldades para dar continuidade às obras de reforma e construção de escolas municipais devido ao atraso no pagamento das empresas contratadas. Isso resultou na suspensão de aulas presenciais desde fevereiro de 2023, obrigando os alunos a estudar de forma remota ou híbrida. Além das denúncias elencadas, diversos casos de irregularidades relacionadas ao tratamento de saúde dos munícipes, pagamento de Tratamento Fora do Domicílio (TFD) e fornecimento de medicamentos e insumos médicos são alvos de processos que tramitam na 2ª Promotoria de Justiça de Cametá, indicando preocupação com a saúde e a qualidade de vida da população local.
Os moradores de Cametá têm denunciado, por meio das redes sociais, a falta de comprometimento do prefeito Victor Cassiano com o município. A população alega escassez de medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde, ausência de pavimentação em ruas, muitas das quais esburacadas por não serem asfaltadas, além de atraso nos salários de servidores públicos, incluindo os garis, que afirmam não receber há pelo menos quatro meses. O Portal Roma News entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Cametá, mas até o fechamento da matéria, não obteve retorno. O espaço segue aberto.
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