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São Miguel do Guamá,17/04/2024

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Ato pela democracia une falas e contra golpismo de Bolsonaro

Oradores repudiaram, em tom de espanto e indignação, a necessidade de em 2022 a sociedade ter que brigar novamente por democracia e respeito à Constituição de 1988.


Ato pela democracia une falas e contra golpismo de Bolsonaro

A mais ampla manifestação por democracia sob o governo de Jair Bolsonaro (PL) teve ápice na manhã desta quinta-feira (11) com um ato na Faculdade de Direito da USP em que foi lida, sob aplausos e falas contra o autoritarismo, a carta iniciada na instituição e assinada por mais de 970 mil pessoas.

O texto, que não cita diretamente Bolsonaro, mas prega a manutenção do Estado democrático de Direito e o respeito às eleições diante das ameaças golpistas do presidente de contestar o resultado e questionar as urnas eletrônicas, foi precedido da leitura de outro manifesto, endossado por mais de cem instituições.

O movimento, a menos de dois meses do primeiro turno das eleições, é considerado um marco simbólico na reação da sociedade civil à escalada de ameaça às instituições promovida por Bolsonaro, que insufla apoiadores para saírem às ruas no 7 de Setembro, data do Bicentenário da Independência.

Segmentos que estavam inertes perante as intimidações por alinhamento ao bolsonarismo ou receio de represálias, sobretudo no ambiente empresarial e financeiro, decidiram se juntar às mobilizações.

A "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito" remete à histórica "Carta aos Brasileiros", apresentada em ato público em agosto de 1977, na mesma Faculdade de Direito da USP, que marcou a luta contra a ditadura militar (1964-1985) e por redemocratização.

Oradores repudiaram, em tom de espanto e indignação, a necessidade de em 2022 a sociedade ter que brigar novamente por democracia e respeito à Constituição de 1988.

"É uma situação esdrúxula essa, mas toda a nossa energia, toda a nossa coragem tem que ficar neste momento concentrada em salvar o que foi conquistado ao longo dos anos e que é a base do nosso futuro", disse o ex-presidente do Banco Central do Brasil Arminio Fraga.

Frisando que "as sociedades mais prósperas do planeta são todas democracias", Arminio disse que no salão se sentia parte de um "grupo tão diverso, que tantas vezes no passado lutou em polos opostos, fazendo agora de tudo para preservar o que nos é sagrado, que é a nossa democracia".

O Poder Judiciário, que Bolsonaro frequentemente ataca, também foi defendido nos discursos, assim como a Justiça Eleitoral. As falas também enfatizaram o combate à fome e à desigualdade, além de exaltar minorias, como negros e mulheres.

O ambiente envolveu um clima de denúncia, mas também de celebração pela materialização da revolta expressa nos documentos, que foram divulgados há menos de um mês. A adesão virtual à carta idealizada na USP surpreendeu organizadores, que esperam bater a marca de 1 milhão de adesões.

O salão nobre e o pátio da faculdade, no largo São Francisco, região central de São Paulo, foram tomados por organizadores e convidados, dos mais diferentes segmentos e correntes políticas ideológicas. A instituição é palco histórico de manifestações em defesa de direitos e democracia.

Uma multidão de signatários e apoiadores da causa também se concentrou do lado de fora, sob frio e garoa. A plateia acompanhou as falas que ocorriam dentro do prédio por um telão. Organizações como a UNE, a UNES e a OAB paulista fizeram marchas até o local.

Não foram registrados incidentes na mobilização na capital paulista. Atos simultâneos em outras universidades em todos os 26 estados brasileiros também tiveram a leitura da carta.





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