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São Miguel do Guamá,28/03/2024

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Quase metade dos brasileiros precisou de atividade extra para complementar renda no último ano

Dos bicos com faxinas e manutenção à venda de alimentos e cosméticos em casa, quase metade (45%) dos brasileiros precisou realizar alguma atividade extra para complementar a renda no último ano, revelou pesquisa do Instituto Cidades Sustentáveis, publicad

Fonte: R7
Quase metade dos brasileiros precisou de atividade extra para complementar renda no último ano

Dos bicos com faxinas e manutenção à venda de alimentos e cosméticos em casa, quase metade (45%) dos brasileiros precisou realizar alguma atividade extra para complementar a renda no último ano, revelou pesquisa do Instituto Cidades Sustentáveis, publicada nesta quarta-feira (10).

A atividade de serviços gerais, como faxinas e marido de aluguel, foi a mais citada, por 13% dos respondentes, seguida pelas vendas de alimentos (8%) e de roupas e outros artigos usados (6%).

A crise econômica após a pandemia de Covid-19, a falta do auxílio emergencial e a inflação são apontados pelos especialistas ouvidos pelo R7 como os motivos de maior influência para que tantos brasileiros – 76 milhões, segundo a estimativa do estudo – procurassem por renda extra.

Para sobreviverem e se alimentarem, comenta Jorge Abrahão, coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis, “as pessoas complementam a renda e realizam atividades extras que não são suas especialidades, pois não conseguem mais ter itens básicos à sobrevivência”.

A procura por atividades extras está diretamente relacionada com a piora das condições de vida da população, avalia Marcelo Gomes Ribeiro, professor do Ippur (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

“Pelo fato de, de modo geral, ter havido uma redução do rendimento médio das pessoas e nos domicílios. Isso se deu principalmente entre as pessoas mais pobres”, diz o pesquisador.

Gomes lembra que, com os aumentos inflacionários e a desvalorização do salário mínimo, a população perdeu significativamente seu poder de aquisição de bens e serviços.

Isso faz com que as pessoas, sobretudo as mais pobres, tenham de buscar outras alternativas de obtenção de renda para superar esse processo de desvalorização. “É uma situação que está em pleno compasso com aquilo que nós observamos na economia brasileira e no seu mercado de trabalho”, prossegue.

Para além da crise econômica, Jorge Abrahão cita a incapacidade do governo federal de oferecer uma resolução ao problema.

“Nossa população mais vulnerável podia ter uma resposta mais forte a isso. O país tem condições para isso, mas não houve sensibilidade, e [as pessoas] tiveram que apelar a esses serviços”, comenta o coordenador do Instituto Cidades Sustentáveis.

Abrahão cita como exemplo o auxílio emergencial, que sofreu reduções e cortes ao longo da pandemia. 

“Em momentos como esse, o auxílio tinha que ser prioridade e permanente até que a crise fosse superada. As pessoas não têm acesso aos produtos. As empresas também trabalham com limitações, e isso tudo faz com que, com uma grande quantidade de pessoas no limite de vulnerabilidade, a população precise de apoio. E cabe ao governo ser mais ágil, mais sensível para atender a população”, conclui.









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