Seja bem-vindo
São Miguel do Guamá,18/04/2024

  • A +
  • A -

CPI e MP investigam Hapvida por uso do "kit Covid"


CPI e MP investigam Hapvida por uso do

Depois da operadora de planos de saúde paulista Prevent Senior, agora é a vez da Hapvida ser acusada por médicos e ex-médicos que atuaram na empresa de pressionar e obrigar os profissionais para a prescrição do chamado “kit Covid”, que inclui fármacos como cloroquina e hidroxicloroquina, indicados para artrite reumatoide, lúpus e malária; e ivermectina, usada contra vermes. Nenhum deles teve eficácia comprovada cientificamente para combater a Covid-19.

A Hapvida, gigante nacional da área de assistência em saúde com forte atuação no Pará, é alvo de uma ação do Ministério Público do Ceará e de investigação pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e da CPI da Covid por impor o kit.

Dados encaminhados à CPI da Covid mostram que a empresa comprou 2,3 milhões de caixas de cloroquina e 1,3 milhão de caixas de ivermectina entre março de 2020 e maio deste ano. Um levantamento do Repórter Brasil publicado no último dia 16 de setembro revela que, apenas em março de 2021, a Hapvida adquiriu mais de um milhão de caixas de cloroquina, 15 vezes a mais do que havia comprado no ano anterior, indicando que continua receitando o produto.

O plano responde, há mais de um ano, a um processo administrativo instaurado pelo Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon), do MP do Ceará, que apura denúncias sobre a prescrição de medicamentos do “kit Covid” a pacientes da rede. O recurso do caso deve ser julgado este mês.

O médico generalista cearense Felipe Nobre, que trabalhou na operadora de janeiro a maio de 2020, relatou ao MP pressões internas para a prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada. Ele afirmou que o plano chegou a elaborar um “ranking de médicos ofensores” que não receitavam o medicamento. “Os ofensores eram vistos como inimigos do plano”, afirmou ao Diário do Nordeste.

No último dia 27 de setembro, as sedes das operadoras de planos de saúde Hapvida, em Fortaleza (CE), e do Grupo São Francisco, em Ribeirão Preto (SP), foram alvos de diligências da ANS após denúncias envolvendo a aplicação do “kit Covid”. A agência solicitou esclarecimentos sobre as denúncias de cerceamento de exercício da atividade médica e sobre a assinatura do termo de consentimento para a prescrição do kit. A agência deu um prazo de cinco dias úteis para que a empresa apresentasse documentos.

ACUSAÇÕES

De acordo com a ANS, o processo de apuração no grupo Hapvida foi aberto em 30 de agosto e no São Francisco em 8 de setembro, após denúncias feitas por prestadores de serviços.

As acusações são de que médicos que trabalhavam para o grupo São Francisco eram impedidos de tomar decisões de tratamento para pacientes e também eram obrigados a prescrever o chamado “kit Covid”.

O jornal espanhol “El País” revelou na última sexta-feira (1º) suspeitas de que o plano pressionou médicos para prescrever o kit e que omitiu a doença na causa de morte de um paciente, em caso similar ao da Prevent Senior, investigada na CPI.

Segundo a reportagem, o funcionário público Gileno Soares Barreto, 72, deu entrada com o diagnóstico de coronavírus em um hospital da operadora de saúde em Salvador e faleceu após 21 dias de internação. Em sua declaração de óbito, porém, não consta a Covid-19 como causa de morte.

Em sua defesa, a Hapvida confirmou o erro na declaração de óbito da vítima e apresentou documentos relatando que informou à Secretaria Municipal da Saúde sobre a ocorrência de coronavírus. No entanto, não deixou claro quando essa comunicação foi feita. Erros desse tipo, segundo o “El País”, intencionais ou não, podem resultar em subnotificações de registros de óbitos por coronavírus no país.




COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.