Sua trajetória na comunicação certamente foi o seu diferencial, pelas gerações de bragantinos que em muitas manhãs ouviam seu caloroso "bom dia" ou que no dia de transmissão esportiva puderam vibrar com ele pelo rádio os muitos "goools".

Mas para além disso, Celso foi uma pessoa que viveu 
Bragança, desde os tempos do Instituto Santa Teresinha, no TLC (Treinamento de Lideranças Cristãs), no LEO Clube de Bragança (na composição da década de 1970), na Equipe Missa das Crianças, na Rádio Educadora de Bragança (hoje Fundação Educadora de Comunicação), na vida social e familiar, no Legislativo quando foi vereador, na vida pública como Vice-Prefeito e como Prefeito de Bragança, na vida cultural como membro da Academia de Letras e Artes de Bragança, na vida acadêmica como discente do Curso de Gestão Empresarial (da UNAMA, pólo Bragança), nos passeios de bicicleta, até retornar para o seu berço: a comunicação, e pelo rádio.

Nós todos desse tempo vivemos um pouco de Celso Leite, somos um pouco parte de sua trajetória. E podemos nos orgulhar da amizade e da companhia de Celso em muitas oportunidades.

Conheci Celso Leite pelo rádio, nos telefonemas de muitas manhãs, nos pedidos de música na Rádio Educadora, nos sorteios de discos, na sua emocionante apresentação de minha poesia, escrita em homenagem aos 50 anos do IST naquele inesquecível 23 de novembro de 1988, nas muitas entrevistas que pude participar com a sua condução, numa viagem de retorno de Belém - o dia em que realmente o conheci mais de perto e na admiração que sempre tive por sua pessoa.

Celso deixa um legado na comunicação como poucos e sua partida tão cedo demarcará o nosso tempo. Existirá o rádio bragantino antes e depois de Celso Leite, ou o "Babá da Galera". Permanecerá ainda por muito tempo sua presença nas muitas rodas de conversa, em muitos programas, no tocar da sua vinheta e sobretudo no exemplo que deixa para os comunicadores atuais.

Dono de um talento inigualável com a locução e de uma postura ética diante da comunicação, Celso Leite é um tanto insubstituível e de uma dignidade sem igual. Seu lugar ficará marcado em nossas vidas.

Hoje partiu um ser humano que lutou bravamente como um guerreiro pela vida e que mesmo alquebrado e sofrido manteve a sua fé e sua esperança, exemplos que marcam ainda mais as muitas pessoas que conviveram com ele.

No último dia 26 de dezembro, após uma longa conversa sobre a Festividade de São Benedito e da Marujada, o conduzi até a arrumação do andor do Glorioso São Benedito onde pedi com ele a graça da cura. E lá, mais uma vez Celso deu um grande testemunho de fé. Marcelle Pires fez um registro magistral e memorável daquele momento e isso me marcou profundamente. Dali em diante, o acompanhei com minhas orações por sua recuperação.

E com imenso pesar, registro minhas mais sinceras condolências à sua família, à sua esposa Rosilene Leite, a seus filhos e netos, aos seus confrades no rádio, aos seus correligionários políticos e aos milhares de amigos que hoje choram sua despedida.

Esta voz que se cala ainda fala aos nossos corações e deixará por certo, entre nossas lágrimas de saudade, um grande exemplo.
Descanse em paz Celso. Um grande abraço.