Aliado do PCC, mafioso sai pela porta da frente de presídio do DF
Pilipovic também é associado ao chamado “Clã dos Balcãs”, máfia sérvia envolvida em operações de tráfico de drogas
Aliado da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), o sérvio Zarko Pilipovic (foto em destaque) saiu pela porta da frente da Penitenciária Federal de Brasília (DF), na manhã desta terça-feira (22/10).
O traficante foi solto após a emissão de alvará pela 6ª Vara Federal de Santos (SP). A decisão foi publicada às 21h25 da última sexta-feira (18/10), após o expediente das forças de segurança. O Ministério Público Federal (MPF) entrou com recurso, mas a peça ainda não foi analisada pela Justiça.
Zarko Pilipovic se destaca como um dos principais agentes do crime organizado. Capturado em abril deste ano na Bolívia e extraditado para o Brasil, ele está no centro de investigações sobre o tráfico de cocaína que alimenta mercados europeus.
O sérvio foi entregue pela polícia boliviana à Polícia Federal brasileira sob um rigoroso esquema de segurança, após ser detido em San Rafael de Velasco, região identificada como ponto estratégico para o tráfico de drogas. A captura do mafioso ocorreu enquanto ele tentava se esconder, usando o nome falso de Leonardo Barsad da Rocha.
Clã dos Balcãs
Pilipovic é associado ao chamado “Clã dos Balcãs”, uma máfia sérvia envolvida em operações de tráfico de drogas. No Brasil, ele é apontado como um elo crucial entre essa organização criminosa e o PCC.
As investigações revelaram que grandes quantidades de cocaína, enviadas para a Europa, são frequentemente enviadas do Porto de Santos, um dos principais portos brasileiros. Em 2015, Zarko Pilipovic foi flagrado com 172 kg de cocaína em um bote, preparando-se para enviá-los em um navio rumo à Europa.
Coincidentemente, no mesmo dia em que ganhou a liberdade, a Receita Federal realizou a maior apreensão de cocaína do ano no Porto de Santos. Foram encontrados, em meio a uma carga de sucata metálica que iria para a Espanha, 1,2 tonelada da droga. Como revelado pelo Metrópoles, o porto é um dos principais escoadouros usados pelo PCC para despachar cocaína para países da África e da Europa, onde a droga rende bilhões à maior facção do Brasil.
Em reportagem especial, os repórteres Mirelle Pinheiro e Carlos Carone percorreram 2,2 mil km entre Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro para mostrar, na matéria Cargueiros do pó, sofisticadas técnicas usadas por facções criminosas no lucrativo mercado do tráfico de cocaína via rotas marítimas. A apuração revelou como as quadrilhas recrutam mergulhadores dispostos a arriscar a vida em troca de pagamentos milionários.
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