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São Miguel do Guamá,06/05/2024

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Caso Clarinha: após 40 dias da morte, corpo ainda não foi sepultado

Paciente misteriosa chamada de Clarinha ficou mais de 20 anos internada em Vitória e não foi identificada. Polícia aguarda exames de DNA

Metrópoles
Caso Clarinha: após 40 dias da morte, corpo ainda não foi sepultado

Quarenta dias após a morte de Clarinha, paciente misteriosa que ficou em coma por 24 anos em um hospital de Vitória (ES), o corpo dela ainda não foi enterrado. Isso porque segue no Departamento Médico Legal (DML) da capital capixaba e ainda não foi identificado.

De acordo com a Polícia Civil do Espírito Santo, foram feitos 12 testes de compatibilidade com possíveis familiares no período após a morte, quatro deles ainda sem resultado. Segundo a corporação, a intenção é liberar o corpo para o sepultamento na semana que vem.

Entre os exames, oito compararam digitais, sendo sete com resultado negativo e um ainda em andamento. E quatro exames de DNA, sendo um com resultado negativo e três ainda sendo verificados.

Durante os 24 anos em que esteve internada, nunca foi possível colher digitais de Clarinha. Essa situação mudou apenas após o óbito, quando peritos capixabas realizaram um procedimento pós-morte que permitiu o levantamento de digitais completas para realização de comparações e exames.

Enterro adiado

De acordo com a polícia, a estimativa é que as análises pendentes sejam finalizadas no começo da semana que vem e, logo depois, seja dado início aos procedimentos legais de liberação do corpo para o familiar ou, no caso de resultados negativos, para o coronel Jorge Potratz.

O médico cuidou da paciente durante os mais de 20 anos de internação e se prontificou a fazer o enterro.

O chefe do Departamento Médico Legal, Wanderson Lugão, explicou que, normalmente, o prazo de liberação do DML é de 30 dias, mas, como esse é um caso muito específico, ficou estabelecido desde o começo que a liberação precisaria de pelo menos 40 dias.

Segundo ele, o caso de Clarinha não é comum.

“Esse caso não é comum em nossa rotina. Não me lembro de um outro com nome fictício ou tantas comparações. Geralmente, quando não é um caso de repercussão em nível nacional como esse, e temos um cadáver não identificado, vêm duas ou três famílias em média para exames, e normalmente da Grande Vitória. Nesse caso, foram muitos exames – até hoje, infelizmente, sem resultados positivos – e estendemos um pouco o prazo para aguardar os resultados pendentes”, disse ao portal G1.

Ainda segundo o chefe do DML, quando o sepultamento de um corpo não identificado é feito pela equipe, alguns cemitérios municipais da Grande Vitória disponibilizam vagas. Normalmente, são os de Maruípe, em Vitória; o de São Domingos, na Serra; e o Pedro Fontes, em Cariacica.

Porém, Lugão aponta que Clarinha não será enterrada como uma pessoa não identificada, o coronel Jorge Potratz já se prontificou a fazer o processo.

“Não vamos sepultar ela como indigente sabendo que tem o interesse de uma pessoa em dar um enterro digno. Se esses últimos resultados também forem negativos, vamos entrar em contato com o coronel e iniciar o processo. Ele terá que fazer o registro civil, como foi autorizado pela Justiça, e fazer uma nova solicitação da Certidão de Óbito.”

O chefe do DML de Vitória ainda disse que, se surgirem novos pedidos, e equipe vai tentar ajudar. “Se aparecer um caso no futuro e houver confirmação de compatibilidade ou parentesco, será preciso uma solicitação a um juiz, para a família pegar os restos mortais e sepultar em sua cidade, se essa for a vontade.”

Corpo congelado

Clarinha morreu no último dia 14 de março. Desde então, o corpo da paciente está sendo refrigerado para manter suas condições até ser liberado para velório e/ou enterro.

“O corpo fica armazenado em uma gaveta única, a uma temperatura muito baixa, de 10 graus negativos, e fica conservado 100%, como se a pessoa tivesse acabado de falecer”, disse Lugão.

Relembre o caso de Clarinha

Clarinha foi o nome dado à paciente pela equipe médica. Ela foi atropelada em 12 de junho de 2000 no Centro de Vitória. O local exato do atropelamento e o veículo que atingiu a mulher nunca foram identificados, segundo a polícia. Ela foi socorrida por uma ambulância, mas não tinha documentos. Ela já chegou ao hospital desacordada.

Jorge Potratz foi quem, em 2016, escolheu o nome para a paciente que vivia em coma. Segundo o médico, o nome foi escolhido em razão do tom de pele muito claro.

Após a exibição da situação de Clarinha no Fantástico, da TV Globo, em 2016, mais de 100 famílias procuraram o Ministério Público para identificar a mulher como possível parente desaparecida. Desse total, 22 casos chamaram mais a atenção, pelas fotos ou pela similaridade dos dados próximos ao perfil da mulher internada.

Segundo o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), depois de uma triagem mais detalhada, quatro casos foram descartados devido à incompatibilidade de informações ou pelo fato de as pessoas procuradas terem sido encontradas.

O Ministério Público dividiu as 18 pessoas restantes em dois grupos para a realização dos exames de DNA. No entanto, os resultados mostraram-se incompatíveis para traços familiares.

Clarinha morreu no dia 14 de março, ao passar mal após uma broncoaspiração.






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