Ministério recua e diz que não há evidências sobre autoteste da dengue
Ministério da Saúde mudou de posição em documento enviado à Anvisa; no mês passado, ministério recomendou uso de autotestes da dengue
O Ministério da Saúde recuou e afirmou que não há evidências para o uso de autotestes da dengue. O posicionamento foi enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na quarta-feira (24/4).
“Não há, no momento, nem no Brasil nem em outros países, evidências que apoiem a definição das situações apropriadas para a realização de autotestagem para dengue”, escreveu a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel. O documento afirmou que esta é a nova posição da pasta em relação ao tema.
A medida representa um recuo do órgão. No mês passado, o ministério divulgou uma nota técnica que recomendava o uso de testes rápidos para dengue feitos pelo próprio paciente. Na ocasião, o ministério recomendou o uso de testes com sensibilidade a partir de 95%, e especificidade a partir de 90%.
Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu. O espaço está aberto a eventuais manifestações.
O Brasil atravessa uma crise grave no combate à dengue. No início do mês, o país bateu o recorde histórico de mortes pela doença na série histórica iniciada em 2000. Até a tarde desta quinta-feira (25/4), o Ministério da Saúde registrava 1.792 mortes por dengue neste ano. São 3,8 milhões de casos prováveis, ante 1,6 milhão registrados em todo o ano passado.
Como a coluna mostrou, o Ministério da Saúde limitou o pagamento de emendas parlamentares destinadas a combater a dengue. As novas regras irritaram parlamentares.
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